
Há muito tempo os temas das campanhas realizadas no mês de janeiro são alvo da desinformação e consequentemente do preconceito. A campanha Janeiro Branco, que tem por objetivo colocar os temas da saúde mental em discussão e conscientização na sociedade; e o janeiro Roxo, destinado à conscientização sobre a Hanseníase.
A saúde mental sempre foi negligenciada e tratada com descaso, com a impressão dominante de que aqueles que buscam tratamento para doenças mentais, são apenas aqueles que são considerados “loucos”. Segundo a Organização Mundial de Saúde – OMS, os transtornos mentais são responsáveis por mais de 1/3 do número total de doenças que geram incapacidades físicas nas américas. Pelo menos 1 em cada 3 pessoas consideradas incapazes de executar alguma atividade que exige um tipo de esforço físico, é causado por algum transtorno de saúde mental. Imperceptível ou não, isso revela o quão abrangente e comumente deve ser tratado o tema.
Semelhantemente, devido a arcaica associação da lepra e as recomendações ultrapassadas com relação a doença, a Hanseníase teve o mesmo caminho. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil é o segundo país com o maior número de casos da doença, ficando apenas atrás da Índia. A doença tem potencial altamente incapacitante, porém se diagnosticada precocemente tem tratamento e tem cura. A Hanseníase caracteriza-se por manchas amarronzadas, esbranquiçadas ou avermelhadas pelo corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, orelhas, tronco, nádegas e pernas. A doença pode agredir mais intensamente os nervos, causando dor e sensação de choque, formigamento, fisgadas e agulhadas nos braços e pernas, podendo também afetar na diminuição da sensibilidade ou da força muscular.
A associação entre a saúde mental e a hanseníase está diretamente ligada à incapacidade e improdutividade pessoal e profissional, ao desenvolvimento de atividades simples da rotina de um ser humano. O autoconhecimento do corpo e mente permite a descoberta de um diagnóstico precoce e o devido tratamento, impedindo condições mais agravantes na saúde mental, que nem sempre é um tratamento medicamentoso e na hanseníase, evitando o desenvolvimento da doença e a iniciação de estágios mais agravantes, como os citados anteriormente.
Portanto, para a correta avaliação, é necessário que o preconceito de ir ao médico, psicólogo ou até psiquiatra, seja quebrado.
Drª Érica Ribeiro de Lima Viana – Médica Auditora da EVIDA – CRM-DF 24178.