
A história da mulher no Brasil e no mundo é um tanto quanto antagônico. Ao passo em que temos marcos importantes de evolução, como: referências femininas no esporte, na política ou na saúde, temos, por outro lado, mulheres que ainda enfrentam a realidade da violência, sendo ameaçadas e dominadas diariamente por seus companheiros.
Como mulher, não encaro como postura adequada a insensibilidade ou a incapacidade de exercer qualquer atividade em prol de seus filhos ou família, a exemplo da amamentação. No entanto, o chamado “empoderamento” se fortalece no conceito de – domínio sobre a sua própria vida – o que nos faz acreditar que somos capazes de tudo.
Vamos fazer uma passada rápida na história da mulher na sociedade. Nos séculos 5 e 4 a.C, na Grécia, a mulher vivia numa condição legal limitada e sem direitos políticos. As mulheres dependiam do pai e do marido, vivendo restrita à sua casa. Os casamentos eram arranjados e no caso de viuvez, a mulher e seus bens passavam a pertencer ao parente mais próximo. No mesmo período, em Atenas, Aspásia, esposa de um conceituado estadista, foi honrada como mulher de cultura e passou a ser respeitada. Mais adiante, em Roma, a mulher do imperador Augusto, por conhecer bem os negócios do estado tornou-se sócia de seu filho no exercício do poder. Daí, nascem infinitos exemplos de mulheres que surgiram de um contexto desafiador e tornaram-se notórias diante a sociedade e o mundo.
Todos nós temos registros em nossa própria história de mulheres e homens que marcaram a nossa existência na pessoa de uma mãe, avô, tia ou amiga da família. Estas pessoas de maneira altruísta contribuíram para a construção dos nossos valores. As mesmas mulheres e homens que nos criaram, perpassaram por gerações que agregaram disruptivas. Certamente reconhecemos casos de mulheres que foram violentadas, mortas ou impedidas de tomar decisões sobre si e seus filhos. Esses fatos têm o poder de nos transformar positivamente em pessoas melhores ou de nos fazer agir por repetição. Devemos nos lembrar que a violência está na aceitação, nos gestos, na fala e na postura.
Infelizmente, durante a pandemia, período em que todos foram obrigados a manter o distanciamento e o isolamento social, os índices de violência contra a mulher aumentaram assustadoramente. Ouve-se muito sobre feminicídio, o assassinato de uma mulher devido ao fato de ela ser mulher, ou genocídio, assassinato de membros de um determinado gênero. Estes termos têm sido empregados em diversos discursos, mas que merecem muita atenção. Nos parece que estamos retomando a um passado que deveria ter sido superado.
Eu, Aline Amorim, me reconheço com a missão de dar voz a temas que merecem atenção. De maneira louvável a Organização das Nações Unidas (ONU), estabeleceu em 2015 dois importantes Objetivos (Igualdade de Gênero – 5 e Redução das Desigualdades – 10) para a agenda de 2030. Os objetivos sugerem ações que buscam um novo olhar às mulheres.
Vamos juntos, homens e mulheres, conquistar o espaço que todos merecem?
Dênia Ramos – Gerente de Governança da EVIDA